A recomendação da Vigilância é que a população evite o consumo da pirapitinga, pacu e tambaqui. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, o município não tem registro de casos.
Pescado em banca de comercialização. (Foto: Reprodução/Redes Sociais)
A Prefeitura de Mojuí dos Campos, por meio da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa) através da Vigilância Sanitária emitiu na sexta-feira (10) um alerta sanitário sobre o consumo de algumas espécies de peixe em virtude dos casos suspeitos no Pará da Síndrome de Haff, conhecida como "doença da urina preta", causada pela ingestão de pescado contaminado por uma toxina.
A toxina presente no pescado é capaz de provocar a ruptura das células musculares (necrose muscular), o que leva ao aparecimento de alguns sinais e sintomas como dor e rigidez muscular, fortes câimbras e dormência, enjoo e vômito, e urina preta, semelhante a café. A recomendação da Vigilância é que a população evite o consumo de três espécies - pirapitinga, pacu e tambaqui.
"É uma medida preventiva devido aos últimos acontecimentos em nossa região com relação aos casos de doença de haff. Por de tratar de uma doença pouco desconhecida, orientamos que a população procure saber a procedência do peixe que será consumido. Nossa intenção é prevenir possíveis casos", explica a enfermeira Josirlande Silva, coordenadora da Vigilância Sanitária.
De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), até o momento não há casos notificados da Síndrome de Haff em Mojuí dos Campos, ou seja, nenhum paciente apresentou algum sinal ou sintoma. O secretário Glayton Rodrigues afirma que, mesmo sem o registro de casos, a população precisa ficar em alerta e buscar atendimento médico logo aos primeiros sintomas.
"Já estamos começando realizar o processo de sensibilização de que, se por ventura, alguma pessoa for diagnosticada com sinais e sintomas, procure imediatamente o atendimento de saúde que toda a nossa equipe já está orientada para a gente fazer o encaminhamento desses pacientes para o melhor atendimento o mais rápido possível", afirma Glayton.
Entenda a Síndrome
Segundo pesquisadores, a manifestação dos sintomas da Síndrome de Haff ocorre de 2h a 24h depois da ingestão do pescado contaminado. A toxina que é produzida pelo peixe fica armazenada no corpo como resultado da ingestão da água contaminada, restos químicos da indústria e lixo produzido por seres humanos e animais, ou então quando o peixe é mal acondicionado.
Não é possível saber se o peixe está ou não contaminado com a toxina, porque a toxina não tem cor, não tem cheiro, não tem sabor e nem altera o sabor do peixe. Por isso, conhecer a procedência do peixe é a forma mais segura para saber se ele está ou não próprio para o consumo. Além disso, nenhum processo anula ou destrói a toxina (cozinhar, fritar e assar).
Cultivo do peixe
A Secretaria Municipal de Agricultura (Semagri) presta assistência técnica aos pescadores e aos produtores do peixe de cultivo. Com o anúncio dos casos suspeitos da Síndrome de Haff no Pará, técnicos trabalham para fazer o rastreamento dos peixes que são vendidos no município, além da realização de ações sobre o acondicionamento e a manipulação do pescado. Segundo pesquisadores, os peixes que apresentam a toxina se encontram em ambiente natural e não é possível realizar o monitoramento, diferente do peixe de cultivo.
Para o engenheiro de pesca da Semagri, Luiz Monteiro, há uma diferença entre o peixe do rio e de cultivo. "Na piscicultura o ambiente é todo controlado, desde a sua alimentação até a qualidade da água. Existem rações com quantidades de proteínas necessárias para cada fase de seu desenvolvimento. É possível manter a água em condições específicas para que os animais possam se alimentar e crescer de forma saudável. Já em ambiente natural não há esse controle e o peixe se alimenta do que estiver disponível no ambiente", explica.
Segundo o engenheiro, a proibição da venda e o consumo de algumas espécies de peixes se faz necessária nesse momento. "Considerando a existência de casos suspeitos no município de Santarém, de onde vem o pescado comercializado em nosso município, a proibição da comercialização do tambaqui, pirapitinga e pacu, oriundos do extrativismo é necessária até que se tenha mais conhecimento sobre a origem dessa toxina. Porém, até o presente momento, peixes de piscicultura não possui relatos de contaminação. Umas das suposições é que essa toxina pode se alojar na alga que serve de alimento para os peixes onde não é possível realizar o monitoramento, diferente da piscicultura onde o produtor alimenta o peixe com uma ração adequada e realiza o monitoramento da qualidade da água e o controle de possíveis patógenos, garantindo a segurança alimentar", finaliza Luiz Monteiro.
Por Adonias Silva
Revisado e editado por Adonias Silva
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